Nunca imaginei que fosse escrever um post desses, ainda mais com esse título. Mas acreditem, é necessário lutar pelo direito de tocar nos livros em neste ano de 2009. Ainda bem que meu bisa está num lugar distante e bacana, para não ter que viver um momento como esses.
Estou aqui numa biblioteca em Brasília onde não é possível o acesso às estantes de livros. Não, não podemos conhecer os livros nas prateleiras e nem temos a opção de passar uma manhã livre na biblioteca, conhecendo as novidades da literatura. Não podemos sentir o cheiro dos livros na estante e tampouco ter alergias àqueles exemplares mais antigos e empoeirados.
O sistema informatizado e super moderno que gerencia essa biblioteca permite apenas que nós digitemos no computador os nomes dos livros(no máximo cinco), e então um bibliotecário(privilegiado:) vai até as estantes e pega os livros que solicitamos. Até achei bacana esse sistema moderninho, mas não era necessário colocar UM MURO entre os leitores e os livros. E mais: cinco é pouco, pouquíssimo. Para se fazer uma pesquisa decente, as vezes temos que montar uma pilha considerável, ué. É desumano isso, minha gente! E o moço veio me explicar que as pessoas devem se acostumar aos computadores e também que devem saber o que querem. Devem vir à Biblioteca com o nome certo do autor e do livro. Tentei explicar quantos livros eu conheci nas prateleiras das bibliotecas e quantas tardes e manhãs lindas passei lendo novos livros, nos tempos de adolescente. E que mesmo hoje em dia com um milhão de coisas pra fazer, sempre que posso, frequento uma boa biblioteca para desfrutar doces horas em ótima companhia. Mas o BIBLIOTECÁRIO não conseguiu compreender meu sentimento e mais triste fiquei.
Só nos restam computadores, que nem cheiro tem. Talvez em breve a leitura de blogs como esse não seja mais uma opção entre tantas, e sim a única. Que esse dia nunca chegue.